
Análise do Texto escrito por Alex Niche Teixeira e Richardson Luz
“Nas últimas semanas, temos presenciado um aumento significativo de debates políticos em que a violência verbal entre candidatos domina o cenário, particularmente nas redes sociais, jornais e TV. A recente troca de provocações entre Datena e Marçal não foi apenas um espetáculo de agressividade, mas tornou-se o centro das atenções de muitos brasileiros. Essa situação reflete uma tendência preocupante, onde o discurso político se torna uma arena de violência simbólica, desviando o foco das verdadeiras questões que afligem a sociedade. Neste artigo, proponho uma análise dessa dinâmica, à luz da sociologia da violência, discutindo os impactos dessa normalização da violência no cenário político atual.”
O texto “Sociologia da Violência e da Criminalidade” trata de forma profunda os impactos da violência e criminalidade sob uma ótica sociológica. Ele explora as abordagens clássicas de autores como Karl Marx, Max Weber e Émile Durkheim para compreender esses fenômenos na sociedade moderna, destacando como as transformações políticas, sociais e econômicas moldaram as teorias sobre violência.
Em termos de impactos teóricos na realidade contemporânea, a teoria marxista identifica a violência como um instrumento de luta de classes. No capitalismo, o Estado é visto como um aparato que protege os interesses da classe dominante, utilizando a violência para manter o controle social e reprimir os movimentos proletários. Assim, a violência é uma expressão das desigualdades econômicas e sociais, onde o crime pode ser visto como uma forma de resistência, mas também de repressão pelos órgãos de poder.
A abordagem de Durkheim introduz o conceito de crime como algo “normal” dentro da sociedade, sendo uma forma de desvio que não pode ser erradicado, mas que cumpre uma função social. Para Durkheim, o crime fortalece a coesão social, unindo os indivíduos em torno de valores compartilhados e reforçando a moral coletiva.
Weber, por outro lado, vê o Estado como o detentor do monopólio da violência legítima, ou seja, o único que pode, de forma legítima, utilizar a força para manter a ordem. A criminalidade surge quando há falha ou fragilidade nesse controle, levando ao caos e à desordem social.
Impactos na sociedade moderna:
- Desigualdade social: As teorias marxistas ainda ressoam nas sociedades contemporâneas, onde as desigualdades socioeconômicas continuam a ser uma das principais causas de violência e criminalidade, especialmente nas grandes cidades.
- Função do crime: A visão de Durkheim de que o crime pode ser funcional para a sociedade ajuda a entender por que o crime nunca desaparece totalmente, mas se transforma à medida que as normas sociais mudam. Na sociedade moderna, o crime pode ser visto como um sintoma de desequilíbrio social.
- Legitimidade do poder: A abordagem weberiana continua relevante, especialmente quando se discute o papel do Estado em manter a ordem. O crescimento da violência e criminalidade em algumas sociedades pode ser interpretado como um sinal de que o Estado perdeu parte de sua legitimidade ou de sua capacidade de impor a ordem de forma eficaz.
Malefícios para a sociedade moderna:
A criminalidade gera efeitos negativos profundos, como o aumento do medo social, perda de confiança nas instituições, e a fragmentação da coesão social. Além disso, a violência exacerbada, especialmente em ambientes urbanos, contribui para a marginalização de grupos sociais e perpetua ciclos de pobreza e exclusão. A visão romântica que, por vezes, tenta justificar o crime como uma forma de resistência, pode ser prejudicial ao não reconhecer os impactos devastadores do crime organizado e do tráfico de drogas, que afetam diretamente as comunidades mais vulneráveis.
Em síntese, as abordagens sociológicas fornecem uma lente rica para entender as complexas interações entre violência, criminalidade e estrutura social, mas também alertam para a necessidade de enfrentar essas questões com soluções que integrem justiça social e eficácia institucional
- Jorge Aragão – 17 de setembro de 2024
- Consultor em segurança | Análises políticas e projeções bélicas | Criador de conteúdo | Ex-IMBEL | Voz ativa nas discussões sobre o Brasil contemporâneo