Autor: Cel PMES Rogério Lima – 21 janeiro 2025
O ano mal começou e a segurança pública continua em debate, e não pode ser diferente já que o seu impacto se espraia por toda a sociedade atingindo ricos e pobres indistintamente.
As narrativas são as mais diversas para justificar a insegurança da população, mas na realidade não se aborda o ponto principal que é uma sociedade cada vez mais violenta e, como ressalta Stanton Samenow, o crime é uma decisão do indivíduo e o criminoso não é a vítima da sociedade, mas sim o vitimizador.
Infelizmente o brasileiro não tem a hábito da leitura, pois se o tivesse poderia facilmente desmascarar as narrativas estatais sobre a violência e a criminalidade.
Segundo Steven Pinker a sociedade está melhor, o homem se tornou mais sociável e menos violento, contudo há uma grande diferença, observa-se na atualidade que a violência ganha dimensões outras, quer seja pela sua brutalidade, quer seja pela maior divulgação da violência ou ainda, por termos uma população mais aglomerada.
Para Lincoln Filocre a insegurança social revela, num ou no outro caso, fragilidades e o despreparo dos Estados, cada qual no seu contexto, para a contenção da criminalidade, em especial da criminalidade violenta.
A violência afeta diretamente o cidadão que acaba prisioneiro em sua própria casa e o governo apresenta números que dizem que os índices criminais estão baixos, mas é estatística.
O senso comum do cidadão, aquele que transita nas ruas, pega o ônibus, vai estudar e trabalhar, não reflete a informação governamental, já que a população sempre cobra mais policiamento, e se o faz é porque não tem sentido a chamada sensação de segurança.
As narrativas para justificar a insegurança passam pela maior circulação de armas, apoiada num discurso ideológico, e o tráfico de drogas, mas que não trata o problema real, porque a maioria das armas envolvidas em crimes e as drogas são fruto do tráfico internacional, que é um negócio que movimenta bilhões em dólares e num país com fronteiras abertas como o Brasil, o combate precisa ser levado a sério.
As esferas governamentais batem cabeça e não se comunicam bem, e agora o governo federal edita uma portaria para a segurança pública que, na verdade, dificulta o trabalho policial e não combate o crime. Se quer, que as polícias enfrentem traficantes, que usam fuzis, com armas de choque sob o jugo de que a violência policial tem crescido.
Quem mora nas comunidades testemunham a cada dia um crime novo, sejam o patrulhamento armado de traficantes, os bailes regados a drogas e ostentação de armas e os avisos nos muros e portões de quem manda naquela comunidade, mas a narrativa estatal é de que não há dominação de criminosos, infelizmente a realidade é dura e a narrativa não convence.
O controle da violência e da criminalidade, com criminosos cada vez mais violentos e que não medem recursos para enfrentar as forças policiais, não será resolvida com armas de choque, mas sim com uma junção de esforços e coragem para enfrentar o problema de frente, não bastam apenas leis mais duras e mais prisões é preciso além disso investimentos em políticas públicas reais e um recado muito claro e verdadeiro para aqueles que escolherem praticar crimes serão realmente punidos.












