Análise por Jorge Aragão – Dezembro de 2024

O artigo do Estado de São Paulo apresenta uma análise crítica das recentes investigações conduzidas pelo ministro Alexandre de Moraes e pela Polícia Federal, questionando a solidez das provas apresentadas em relação a uma suposta tentativa de golpe. O texto aborda diversos aspectos da atual conjuntura política brasileira, destacando o que o autor considera inconsistências nas narrativas oficiais e nas investigações em curso.
Crítica à Obrigação de Acreditar em Absurdos
Absurdos Cotidianos
Uma das novidades da vida cotidiana no Brasil de hoje é o dever quase-legal de acreditar num absurdo por dia. São coisas que dizem com a cara, a formalidade e a segurança de um texto do Diário Oficial, e que não fazem nenhum nexo por qualquer tipo de raciocínio lógico – mas nas quais o cidadão é obrigado a acreditar, sem perguntar nada, sob pena de incidir nos delitos de “fascismo”, “nazismo”, “ato contra a democracia”, “extrema direita”, “golpismo” e “negacionismo”
Criminalização do Pensamento
É a criminalização do ato de pensar – por decisão do STF, da Polícia Federal e da porção da mídia que reproduz mecanicamente o que ambos lhes entregam para publicar.
Exemplos de Absurdos
Você tem que acreditar, por exemplo, que um tubo de batom é “substância inflamável”; Alexandre de Moraes escreveu isso. Houve uma tentativa de golpe armado, com estilingues e bolas de gude, em 8 de janeiro de 2023. O mesmo ministro diz que foi agredido no aeroporto de Roma, mas o STF mantém em sigilo há mais de um ano as imagens gravadas do episódio.
O “Crê ou Morre” na Política Brasileira
Política
Esse “crê ou morre”, como no Islã, é do tipo pega geral. Em política é obrigatório dizer que o presidente Lula não perdeu nada nas eleições municipais de 2024 – o PT ficou com menos de 5% das prefeituras e o candidato de Lula foi incinerado em São Paulo, mas isso é porque ele “se preservou”.
Economia
Em economia está decidido que um crescimento de 3% ao ano, igual ao do último ano do governo anterior, é “robusto”.
Conduta
Em conduta, a mulher do presidente dirige palavras de baixo calão a Elon Musk, mas é ele quem propaga o “discurso do ódio”.
A Conferência do G-20 no Rio de Janeiro

Resultado Decepcionante
A conferência do G-20 ora encerrada no Rio de Janeiro, e que deveria ser a obra prima da política externa de Lula, acabou com um dos comunicados mais indigentes na história do grupo – uma sopa de palavras tão aguada, e tão inútil, que ninguém achou motivo para vetar nada no texto.
Alternativa Pior
Mas a alternativa era não sair nem isso, o que parece ter deixado o Itamaraty em princípio de pânico.
Narrativa Oficial
Como, no fim, arrumou-se alguma coisa para colocar no papel, a verdade oficial é que a diplomacia brasileira deu um show.



Ausência de Provas Concretas contra Bolsonaro



O Papel da Mídia na Reprodução das Narrativas Oficiais
Reprodução Mecânica
A porção da mídia que reproduz mecanicamente o que o STF e a Polícia Federal lhes entregam para publicar contribui para a criminalização do ato de pensar.
Falta de Questionamento
A mídia parece aceitar sem questionar as narrativas oficiais, mesmo quando estas apresentam inconsistências ou falta de provas concretas.
Controle da Narrativa
A forma como as informações são apresentadas pela mídia sugere um controle da narrativa por parte das autoridades, limitando o espaço para análises críticas e questionamentos.





