Por Jorge Aragão, Café Conservador.

Felipe Neto como candidato à presidência em 2026 é um reflexo da era do espetáculo e da política do entretenimento. Sua trajetória nas redes sociais sempre foi marcada por polêmicas, contradições e um viés ideológico radical. Agora, diante da perda de relevância e do desgaste de sua imagem, essa candidatura soa mais como um ato desesperado de auto-promoção do que uma proposta séria para o país.
Se ele realmente se lançar, o eleitorado terá a oportunidade de confrontá-lo com suas próprias contradições e questionar se um influenciador digital, sem experiência política ou administrativa, está preparado para lidar com os desafios reais do Brasil. No fim das contas, a política exige mais do que frases de efeito e engajamento virtual.
Felipe Neto 2026: Entre o Absurdo e o Espetáculo
A pré-candidatura de Felipe Neto à Presidência da República em 2026 é o epítome da política como entretenimento — um movimento calculista para reviver sua relevância midiática, não um projeto sério para o Brasil. Sua trajetória é marcada por contradições gritantes, falta de preparo e uma visão paternalista da política, disfarçada de “guardião da verdade”.
1. Contradições Ideológicas e Oportunismo
Felipe Neto já foi crítico ferrenho de Dilma Rousseff (PT), depois se tornou um dos maiores aliados de Lula em 2022, narrando até mesmo um vídeo de campanha petista com o slogan “Enquanto as armas deles são pistolas e fuzis, a nossa arma é o voto”. Em 2021, negou veementemente ter se filiado ao PT, alegando que hackers o colocaram no partido para criar “fake news”. Agora, sem filiação partidária, ele se autoproclama “neutro”, mas sua retórica é claramente alinhada a narrativas progressistas quando conveniente.
2. Projeto Político Vazio e Utopias Perigosas
Seu principal “plano de governo” é uma rede social chamada Nova Fala, inspirada no “ministério da verdade” de George Orwell (citado ironicamente por Marcelo Adnet como “Jorge Oreo”). Neto promete que a plataforma será um “laboratório” para coletar dados dos usuários e definir políticas públicas baseadas na “maioria” — uma ideia tão ingênua quanto autoritária, ignorando que redes sociais são bolhas algorítmicas, não representações fiéis da sociedade.
3. Falta de Experiência e Discurso Paternalista
Neto admite ser “um homem de fora da política”, mas acredita que seu domínio das redes sociais — “a maior arma do nosso tempo” — o qualifica para a Presidência. Compara-se a um “pai vigilante” ou “irmão mais velho” dos brasileiros, um tom condescendente que revela sua visão superficial da liderança: para ele, governar é como moderar comentários no YouTube.
4. Marketing Disfarçado de Candidatura
Em fevereiro de 2025, Neto anunciou que abandonaria debates políticos para “ter um olhar de fora”. Dois meses depois, surge como “pré-candidato”, sugerindo que o afastamento foi uma estratégia para criar suspense. Até sua equipe tratou o anúncio com risos e mistério: “Não posso falar nada, mas amanhã você saberá”. Internautas e até colegas influenciadores, como Adnet, desconfiam que tudo não passa de uma campanha para seu Clube do Livro ou uma paródia de 1984.
5. Desprezo pelas Instituições Democráticas
Ao defender que “a língua chula sepultou a oratória” e que “memes valem mais que discursos”, Neto reduz a política a uma guerra de narrativas virtuais, ignorando que a democracia exige diálogo institucional, não apenas engajamento em telas. Sua proposta de “plataforma de governo neutra” é uma fantasia: não há neutralidade quando um influenciador controla o fluxo de informações.
Conclusão: Um Candidato do Absurdo
Felipe Neto é um produto da era pós-verdade, onde likes substituem credibilidade. Sua candidatura é um experimento de marketing, não um projeto de país. Se ele persistir, o eleitorado precisará lembrar que o Brasil merece mais que um “irmão mais velho” das redes sociais — precisa de líderes com experiência, coerência e respeito às instituições. Afinal, como bem alertou o próprio Neto em 2022, “a arma deles são fuzis; a nossa, o voto” — e votar em um espetáculo midiático seria um tiro no pé.
Referências para o Artigo sobre Felipe Neto 2026
- Felipe Neto e sua relação com o PT (negação de filiação e apoio a Lula)
- Felipe Neto nega filiação ao PT e acusa hackers
- Felipe Neto narra vídeo de campanha de Lula (substitua pelo link correto do vídeo)
- Projeto “Nova Fala” e críticas à ideia de um “Ministério da Verdade”
- Felipe Neto anuncia plataforma “Nova Fala” (busque reportagens recentes sobre o lançamento)
- Marcelo Adnet ironiza projeto com “Jorge Oreo” (link para o tweet ou vídeo de Adnet)
- Falta de experiência política e discurso paternalista
- Felipe Neto diz que política é “como ser um irmão mais velho” (procure entrevistas ou declarações dele sobre o tema)
- Suspeitas de que sua candidatura é apenas marketing
- Anúncio de pré-candidatura e reações de humoristas (reportagens sobre o anúncio e reações de Adnet e outros)
- Felipe Neto abandona debates e depois surge como candidato (matéria sobre sua mudança de postura)
- Críticas ao desprezo pela política tradicional
- Declarações de Neto sobre “memes valerem mais que discursos” (link direto para o tweet ou fala dele)
- Análise sobre política do espetáculo e influenciadores (texto crítico sobre celebridades na política)